Algumas pessoas confundem excesso de desejo com sofrimento. Nunca sofri por amor, apenas desejei desesperadamente algo utópico. Que, na real, não foi nem um pouco como o amor deve ser: benéfico, construtivo, recíproco ... Só aprendi a não me prender ao que não está preso a mim, saltar de bungue jump sem corda sabendo onde cairei, ter convicção racional dos meus desejos (por mais emocionais que sejam), e que, mesmo que tenham sido péssimas experiencias, foi bom para a construção do meu ser ainda em desenvolvimento.
Mas a gente sabe que às vezes a gente se prende a algum pensamento, já que ele conforta, dá algum status ou acoberta outra coisa.
Aquela sensação de quem ninguém mais gosta de você, talvez seja só fome.
Aquela desmotivação para viver, talvez seja só sono acumulado.
Então, durma bem e coma bastante antes de refletir sobre o quão ruim está sua vida, talvez ela nem esteja tão ruim assim.
Talvez, você seja amigo da Maria Juana só pra ter amigos mesmo, talvez, cê nem curta tanto ela.
Talvez, você tenha nojo de abrir cadáveres e só esteja cursando medicina pra pegar umas gata.
Talvez, você nem tenha a alma do negócio e esteja fazendo PP só porque é deslocado, quero dizer, descolado.
Talvez, você nem seja um apreciador das carnes, mas come uma alcatra mal passada no capricho pra não ser zuado com "come grama" durante o churras da galera.
Talvez, você odeie cerveja e bebe só pra ter coragem de chegar em alguém. (você pode até chegar, mas a cerveja não será suficiente para conquistar e manter essa pessoa ao teu lado. Pra isso, existe o caráter)
Talvez você ainda precise da amizade daquele babaca, mesmo que ele seja um babaca, mas teu orgulho é orgulhoso demais pra ceder.
Talvez você foi, mas negou.
Talvez você nem seja, mas é.
A gente se preocupa demais em agradar os outros, e acaba desagradando a si mesmo.
A gente acaba se confundido e seguindo outros caminhos.