2013/04/13

O outro, a outra


Quantos anos? Quantos anos se passaram? Mais de quatro? Não lembro.
Também não me recordo exatamente como te conheci. Só sei que puxei assunto e começamos a conversar. Muito. (E eu gostando). Muito. Éramos próximos, apesar de distantes. E parece que, justo na época que você anunciou que se mudaria pra minha cidade, nos distanciamos.
Ah, mas foi outro motivo. Outra garota.
Mas o que me passa agora é pensar no que poderia ter acontecido numa data específica há três anos. E se eu tivesse ido te encontrar?
Vivíamos conversando no Messenger sobre aleatoriedades. E eu gostava disso. Apesar de te achar uma guria incrivelmente linda e lindamente incrível, nunca consegui (coragem: meu maior dom) te chamar pra sair. Até que um dia você me mandou um email dizendo que estaria com a tarde livre, perguntando se eu podia te encontrar. Eu queria. Mas tinha encontro marcado com outra no mesmo horário. Aí fico aqui agora, anos depois, confabulando sobre as possibilidades. E se eu tivesse ido te encontrar? Se eu tivesse dado os canos na outra? Se eu saísse com as duas? Se você apaixonasse por mim? Se eu te escolhesse? Ah, se...
A correnteza me levou pra outro lado e me afastei dessa tua imensidão maravilhosa. Eu gostava de você, mas afoguei essa vontade pra alimentar uma outra paixão. E você continua aí. Só não sei onde mora agora, se tem alguém, o que anda pensando sobre a vida... Eu sabia. E quero voltar a saber.
E eu ainda nunca te vi pessoalmente. Internet imaculada criando laços abstratos entre as pessoas.
Enquanto vives tua vida, cogito sobre como seria a minha se eu tivesse aceitado teu convite. Aquele dia X traria outras lembranças. Seria um outro dia com outra garota. Seria outra história. E eu não estaria aqui escrevendo sobre você. Talvez, não agora.
Vida, suas bifurcações e consequências me fazendo querer voltar no tempo só pra saber como seria esse mesmo dia se eu tivesse escolhido a outra garota. Viver contigo era uma vontade, sumiu e voltou. Atenta-te à tua caixa de entrada.