Meu planeta interno tem problemas no processo de rotação
desde o meu próprio Big Bang. Isso faz com que eu me perca às vezes desde
sempre. Minha rota é um tanto instável.
Minha órbita foi submetida a um choque que desconcertou meu
passeio pela vida. Você surgiu e... Bem, o Universo agora é outro e, por mais que eu lute para fugir desses encontros - mesmo que, na maioria das vezes, imaginários -, estamos em rota de colisão.
Eu queria esse encontro, sim, eu queria. Contudo, não
resultou o esperado. O contato não foi de fato como eu sonhava. A colisão foi
estrondosa. Mas eu... Eu sou forte, eu sei que sou forte, eu preciso ser forte.
As explosões resultantes de nossos contatos são grandiosas, iluminadas. Não
consigo mensurar os estragos, se é que há algo danoso, nisso tudo.
Não há rota de fuga, pois, enquanto vivermos nesta mesma
cidade, haverá colisões. Nossos campos gravitacionais possuem polos contrários,
resultando em atração. Apesar de, às vezes, o atrito gerar repulsão.
Mas não adianta... Nos cruzaremos por aqui, por aí, até que um de nós seja
engolido por um buraco negro ou uma pane no Multiverso (num mundo em que não
existimos um ao outro).
Nossas rotas , pretendidas à colisão, são instáveis,
portanto, anárquicas às leis da Física.
Somos dois planetas, cada qual com seus próprios habitantes
desejos e planos, que apelativamente enviam sinais um ao outro para contatos
imediatos.
Como tudo no Universo expande, estamos fadados a
crescermos ainda mais, seja coexistindo numa mesma atmosfera ou explorando
cantos distintos da imensidão espacial.
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