Resolvi sair mais cedo da palestra sonolenta sobre serial killers, então te vi. Sentado no bar do hotel onde o negócio estava acontecendo. Pergunto-me se sabias que eu estaria ali, pois não me lembro de comentar sobre isso contigo.
Você e um amigo, encostados no balcão. Pensei em não te cumprimentar. Pensei que você estivesse ali somente por acaso. Pensei em passar direto. Você não me viu, não teria problemas ignorar esse encontro. Mas resolvi te dar uma última olhada. Não sei sobre o que você e seu amigo conversavam, mas parece que foi de propósito: Soltou um baita sorriso. O brilho dos teus dentes tornou-se imã e me obrigou a ir ao teu encontro.
Pelo jeito, há algum ímã em mim também, pois assim que tomei o rumo ao balcão, você olhou aonde eu estava.
Teu amigo continuou falando, enquanto você me observava indo no teu caminho. Observava e sorria. Teu sorriso...
Teu amigo continuou falando, eu nem o conhecia, mas, ao chegar, fiz pra ele um "Sh!" Você estava congelado, olhando e sorrindo pra mim. Aí eu beijei tua bochecha. Tua boca veio ao meu ouvido, sussurrou algo e então você me abraçou. E não queria me soltar mais. De olhos fechados, eu queria ficar ali, sendo sufocada por você e essa tua imensidão de carinho.
Aí você disse pro teu amigo que precisava ir. Puxou-me pela mão. E eu me deixei ser levada, pois a confiança que eu tinha em você era maior que os meus medos.
A gente foi ao apartamento de alguém, não sei quem. Tinha uma vista linda. Chovia.
Haviam algumas crianças lá, que comecei a atazaná-las jogando umas sementes nelas. Jurei que você interviria com toda tua maturidade, mas, não, entrou na brincadeira. Até que as crianças se incomodaram e buscaram outro lugar pra brincar. Aí fomos pra sacada. Ficamos lá, nós dois, o silêncio, o carinho e a cidade.
Enfim, foi esse o sonho que eu tive noite passada. Não há presente melhor do que sonhar contigo quando estás ausente. Porém, quando estás presente, és o presente.
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