Estávamos na casa dele fazendo um trabalho de faculdade. Intervalo, ele se deitou de bruços no sofá da sala e fui à cozinha fazer café pra gente. Enquanto a água fervia, voltei pra sala e o vi deitado. Como brincadeira, gritando "montinho!", joguei-me sobre ele e fiquei deitado em cima de meu melhor amigo, que nem contestou. Poucos segundos depois, levantei, terminei o café, voltei pro sofá. Ignoramos o café. Ficamos lá, deitados, eu sobre ele, por um bom tempo. A fim de me ajeitar, pedi que ele me deixasse deitar decentemente a seu lado. Até então, nada sexual. Comecei a acariciar levemente seu braço carente de sol. Ele continuava quieto, sem reclamar. Vestindo uma bermuda de corrida, que ele sempre usava na academia, onde esteve antes de me encontrar, mostrava suas pernas maravilhosas. Comecei a acariciar lenta e timidamente sua coxa com a ponta dos meus dedos. Na parte de cima, comecei a massagear seus ombros com meus lábios. Os dedos tímidos na coxa se converteram em longas passadas de mão por toda a extensão de sua perna ao alcance de minha mão. O movimento ia se acelerando. Comecei a massagear sua barriga. Além das respirações ofegantes, silêncio. A situação estava se intensificando e eu estava me empolgando de todas as maneiras físicas e mentais possíveis, quando ele perguntou: “Inácio, o que estamos fazendo?”. Respondi questionando se realmente importava saber. Ele disse que não achava que aquilo fosse certo e então repliquei que não precisava ser certo. Prossegui com os carinhos cada vez mais intensos e com mordidas cada vez mais fortes em seus ombros. Ele já estava ofegante e se movimentava agitadamente no sofá. Quando minhas mãos partiram rumo ao interior de sua bermuda, seu celular tocou. Parei. Morri. Era ninguém ao telefone. Silêncio, nem mesmo as respirações se aquietaram por alguns instantes. Continuei com as massagens e ele ficava cada vez mais ofegante e agitado. Parti para obscuridade novamente, mas ele interceptou minha mão. Tentou se levantar e o peguei, escorregou e repousou sobre o meu corpo já suado. Comecei a apertar seu peito e seu caralho com uma fome maior que tudo. Mais ofegante, mais agitado. Minha sanidade se transformara numa ferocidade carnal gigantesca e doentia, não era eu, apesar de ser eu. Não estava mais ali, não conseguia me segurar. Estava pronto para perder umas boas horas ali. Foi quando ele conseguiu se livrar dos meus braços famintos, sentou-se no outro sofá e disse que queria parar. Que não queria. Que deveríamos parar. Levantou-se e eu me afundei no sofá. Envergonhado, frustrado e constrangido. No final das contas, apenas o que consegui foi deixar uma extensa marca roxa em seu ombro. Era novembro de 2012 e eu achando que o Natal chegaria mais cedo.
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