2012/08/07

Roteiro de um curta


Sobre minha cama, revejo tudo que vivi nela. Questiono-me se é certo sonhar em ter uma companheira eterna, mas praticar o oposto dormindo com tantas mulheres randômicas. Minha mente carente cria a ilusão de que desejo somente uma, porém a coitada não existe ainda. Minha mente hedonista impõe que o que eu realmente quero é dormir com alguém, nada mais, então, pela facilidade, vivo assim.
Talvez... Não, não é talvez, é certo que eu prefira me jogar nessa loucura. Sou seletivo demais pra escolher uma esposa, portanto prefiro me prender somente aos aspectos físico-sensuais das mulheres. Se eu for analisar as individualidades internas de cada moça que encontro, cismarei com simplicidades, até mesmo algumas que encontro em mim mesmo, e decido por desistir de encontra a metade da minha panela ou a tampa da minha laranja.
Até parece que sou do estereótipo pegador-comedor, porém a diferença básica é que nunca desrespeitei uma mulher a fim de esperar que um insulto pudesse a levar pra minha cama. Nunca insisti demais ao perceber que ela não me acompanharia por vontade própria. Insistência houve, claro, várias vezes, mas nada doentio.
Meu interesse não se foca num único tipo de mulher. Meu interesse não se foca somente ao sexo. Eu piro mesmo é na beleza feminina. Sem restrições. Nada mais sensual do que os quadris femininos, sejam eles minúsculos ou gigantes, as curvas tornam a mulher o que há de mais atraente nos universos. Talvez, se os homens não fossem tão retos, se possuíssem belas ancas, me atrairia por eles. Fato que o conjunto do corpo feminino determinado por pés, coxas, quadris, bustos e rosto são as coisas mais incríveis que podem ter existido em toda a existência humana. Está decretada a lei que define o corpo feminino como o que há de mais belo na vida.
Creio que talvez eu não seja capaz de me prender a uma única mulher para viver. Não sou tarado por sexo, sou admirador da beleza feminina, gosto de passar horas apreciando uma mulher. Deitada, dormindo ou interagindo com o meu corpo, tanto faz.
 Aliás, como podem existir mulheres que se interessam pelo corpo masculino? Tão ogro, reto e com um negócio feio no meio. É, beleza e atração são duas das coisas mais relativas da vida. Cada um com seus próprios interesses. Ainda bem que existem gostos diferentes para que minhas afinidades não tenham tanta concorrência. “Sobra mais pra mim” por eu não me prender a somente um único tipo de mulher. Frase redundante, mas há mais redundância do que apreciar curvas femininas? Homens não possuem curvas e as femininas são óbvias de apreciação.
Sou de fases. Às vezes, prefiro as magrelas, como a Charlotte Gainsbourg, apesar não possuírem excessos, apresentam belas curvas com uma maior dificuldade de apreciação. É um tesão inenarrável desbravar um corpo magrelo em busca da beleza que você sabe que existe, mas não vê explicitamente. Às vezes, uma Sofia Vergara ou uma Mulher Celulite tem o poder de prender minha atenção, assim como quando um culto passa horas numa exposição dadaísta apreciando nada.
Se levo uma mulher pra minha casa, é com o inocente intuito de ter mais espaço e liberdade para apreciar sua beleza. Mas o encanto e a tendência viciosa que as moças possuem me levam à redenção, me entrego à sensualidade e deixo a sexualidade florescer. Eis que neste momento de contato íntimo, deixo a apreciação como coadjuvante e abro espaço ao tesão. Minha excitação é diretamente influenciada pela minha apreciação, então o ato sexual não se conclui com dificuldade.
De todas que conheci, algumas peças raras me induziram à repetição. Foram pouquíssimas mesmo. Tiveram a moral de perturbar minha memória até que eu fosse atrás de mais uma dose. É uma droga que nenhum farmacêutico poderia criar, a tal da beleza feminina. Mas esse vício, eu preciso controlar para que não prejudique meu passatempo favorito: apreciação. Se eu me prendesse a uma ou repetisse muito, eu perderia o gosto. Sei que para os padrões impostos para “relacionamentos” eu sou de má índole, sou desprezível e rejeitável, tal qual um pegador-comedor.
Tenho a convicção de que não pertenço ao grupo escroto dos caras que procuram mulheres para serem suas escravas sexuais. Sou certo da imagem que transmito à sociedade. Mas prefiro seguir minhas vontades e buscar satisfazê-las. Não prejudico ninguém vivendo assim. Se um dia eu concluir que esse lifestyle começou a me prejudicar ou eu iniciar o interesse em me prender a uma só mulher, só depende de mim. Vivo por mim mesmo. Sou um hedonista apaixonado pela beleza feminina. Se serei diferente, terei de continuar vivendo pra saber.

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