Inácio não sabe o que o que quer, não sabe nem se quer.
Não sabe se quer sair com a moça do ônibus ou se quer
procurar a tal da Marília. Não sabe se quer se amarrar com a moça dos gostos afins
ou se quer sentar ao lado da garota que já frustrou outros. A moça dos longos cabelos escuros e da marca no nariz que já cruzou com Inácio três vezes por aí poderia ser sua salvação.
Ele não sabe de nada. Labirintite e astigmatismo saem de seu
rosto e tomam as decisões que ele deveria tomar. Ou seja, nada muito preciso
acontece em sua vida.
Ele está perdido. Não sabe se vai ou se fica. Ele tem
incertezas. Não sabe se arriscar é realmente certo.
“Aquela mina é firmeza, você deveria tentar algo com ela.”
Não, não deveria, Inácio, não sabe se realmente deveria, porque tem certeza que
uma hora a frustração ocorreria, fosse de sua parte ou da outra pessoa.
Assim como seus olhos, ele tem dificuldade em focar, não consegue mirar
em algo e seguir até o fim. Ele se perde. Ele pensa em tudo, em todas, mas permanece um nada.
Ele não sabe onde deixou sua bússola, mas sabe que precisa
dela para se centrar e seguir um caminho. Sem ela, ficará rodando em círculos
até que sua cabeça se canse e faça com ele caia. Quando levanta, não sabe
novamente aonde deve ir. Ele não sabe. Ele não quer ajuda. Ele só sabe se
perder. Inácio precisa de ajuda. Inácio não quer ajuda. Inácio precisa de uma
bússola. Inácio não sabe aonde ir. Inácio está perdido em seu próprio labirinto
desregulado. Inácio se repete tanto em coisas agradáveis quando no que não quer. Inácio precisa de pessoas ao seu lado, mas prefere que seu orgulho
egoísta infle cada vez mais e ocupe todo o espaço que os conselhos poderiam ocupar. Inácio não
quer que tenham pena dele, pois sabe muito bem que tudo que lhe acontece é por sua
própria culpa. Inácio possui uma grande
impulsividade, até porque se não fosse tão impulsivo, não seria o
Inácio. Inácio quer dormir e acordar lá longe, quando tudo estiver bem.
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